O sucesso no cenário digital vai além da mera presença online – o que faz diferença é a harmonia entre estratégias.
Por Ricardo Tarza, sócio e diretor de inovação e criatividade na DreamOne
Marketing digital sozinho resolve? Segundo dados da Statista, as marcas estão investindo cerca de US$ 680 bilhões em marketing digital em 2023, 10% a mais comparado ao ano passado. E o crescimento da área não para por aí. Ainda de acordo com o estudo, a expectativa é que esse montante atinja US$ 910 bilhões até 2027.
De fato, não há como negar a importância do “digital”. Além dos próprios números, o avanço do conceito é tamanho que já se tornou comum nos referirmos a ele como um sinônimo para qualquer ação do setor, não apenas como uma das áreas a serem exploradas.
Embora essa preferência seja compreensível, acredito que muitas empresas estão “perdendo a mão” na questão. O entusiasmo das marcas em explorar o mundo do marketing digital atingiu um ponto em que, por vezes, parece haver um exagero no número de publicações em suas redes sociais.
Marketing digital sozinho?
Hoje, num mercado tão concorrido e competitivo, as companhias precisam entender que a construção de uma reputação não passa somente pela publicação de uma imagem ou um vídeo sobre um produto. É preciso que o marketing seja muito bem elaborado e estruturado, capaz de mostrar verdadeiramente toda a expertise da empresa por meio de conteúdos estrategicamente integrados.
E a integração não deve se limitar apenas aos formatos digitais, como blogs e e-mails. Ela deve abranger também meios offline, como materiais impressos, eventos presenciais e, até mesmo, a publicidade em mídias tradicionais. Isso está longe de querer dizer, no entanto, que a tecnologia precisa ficar de fora das ações.
Estratégias envolvendo o cada vez mais influente universo imersivo, baseado nas tecnologias de realidade virtual (VR), realidade aumentada (AR) e mixed reality (MR), também têm uma altíssima relevância no atual cenário. Quanto melhor a empresa conseguir se apropriar de forma conjunta desses diferentes formatos, visando a construção de uma narrativa sólida no entorno de sua marca, maior também será o resultado da campanha.
Influenciadores digitais
Um exemplo prático é a contratação de influenciadores digitais. Por mais que essa estratégia seja habitual hoje em dia, tenho percebido que diversas companhias tentam utilizar a imagem do contratado apenas para publicações genéricas, sem se preocupar em atrelar a mensagem ao posicionamento da marca.
Por outro lado, imagine uma corporação que aproveite o personagem para produzir peças estratégicas, mapeando a possibilidade de estruturar materiais para diferentes frentes, produzindo filmes publicitários que sejam capazes de inserir a marca e o influenciador como verdadeiros protagonistas da história.
Nesse segundo caminho, o marketing digital é apenas mais um dos canais para a divulgação de um conteúdo vasto, que tem como base um universo que alia textos a imagens de forma muito mais sólida e estruturada.
Eventos presenciais
Outro exemplo interessante pode ser dado diante da organização de eventos ou ações presenciais. Além de conseguirem desempenhar um papel significativo na construção de uma narrativa mais próxima e viva junto aos consumidores, algo muito apreciado sobretudo no contexto atual de pós-pandemia, tais projetos contribuem ainda para a construção de materiais mais interessantes e encantadores para a própria rede social da marca.
Ou seja, o marketing digital estará presente na campanha, mas será o marketing integrado que permitirá que o conteúdo construído para o digital seja poderoso.
Conteúdo integrado a estratégias
A verdade é que já não há mais dúvidas sobre a importância do marketing digital para as empresas. No entanto, vale destacar que a verdadeira chave para o sucesso reside na construção de um conteúdo integrado e em estratégias que se complementam.
Sem esse cuidado meticuloso, a eficácia das ações digitais tende a diminuir consideravelmente em comparação àquelas marcas que dedicam tempo na construção de todos esses detalhes. É hora dos gestores de marketing se sintonizarem com esse movimento e perceberem que o sucesso no cenário digital vai além da mera presença online – afinal, é a harmonia entre estratégias que faz toda a diferença.
Paulo Dalla é designer e jornalista, apaixonado por design e pela proteção dos direitos autorais de criadores.